Começo a escrever esse texto com a televisão ligada e uma renovação do poder Executivo em andamento. Nunca escondi meu posicionamento político à esquerda ou minha aversão pelo ex-presidente, portanto não poderia estar mais esperançoso. No ano passado, escrevi que desejava para 2022 "um ano eleitoral o mais suave possível e uma transição democrática" e esse certamente foi o maior legado do ano que passou, danem-se os jogos lançados ou anunciados, a derrota pra Croácia ou qualquer outra abstração da cultura pop.
Uma vez que o ritmo de minha vida não se desacelerou em 2022, resolvi assumir as rédeas e promover mudanças, para ter mais tempo para mim mesmo ou experimentar outros horizontes. A primeira reviravolta foi o final (?) anunciado do blog. Ainda que os planos estejam mais lentos do que gostaria, a decisão permanece: a partir de 28 de março, o Retina Desgastada se transformará em um museu do que já foi publicado e eventuais análises futuras. É um ciclo que se encerra.
A partir de 15 de janeiro, My Game Wallpapers não receberá mais conteúdo inédito algum. Depois de anos de tentativa para alavancar o projeto comercial, o fato é que o site não dá lucro, os custos de servidor não se pagam. Remover do ar mais de 20 mil wallpapers seria um crime contra a comunidade de fãs, então eles permanecerão lá, eu permanecerei arcando com as despesas, como já faço com o My Free Wallpapers, paralisado desde muitos anos. Entretanto, o tempo dedicado para procurar e produzir novos wallpapers é um tempo que irei reivindicar para mim e minha família doravante.
Da mesma forma, estou oficialmente me removendo da produção diária de notícias do Gamerview. Minha colaboração irá permanecer na forma de eventuais análises e na forma da lista semanal de promoções de jogos, publicada toda sexta-feira, além de manter as mídias sociais (Twitter e Facebook).
O ano de 2022 foi marcado por uma busca de novos sabores em termos de jogos. Dediquei-me a alguns títulos gratuitos para explorar suas possibilidades, adquiri uma placa RTX 2060, testei mais demos. Porém, também foi um ano atravancado pelo vício perene em Warframe, principalmente no segundo semestre.
Enquanto analista do Gamerview, experimentei:
- Latarnix Puzzle
- Conan Chop Chop
- Aztech Forgotten Gods
- FAR: Changing Tides
- Beholder 3
- LEGO Star Wars: The Skywalker Saga
- Sephonie
- King Arthur: Knight's Tale
- The Stanley Parable: Ultra Deluxe
- Silt
- Hazel Sky
- Endling: Extinction is Forever
- Backroom Beyond
- Tinykin
- Overwatch 2
- Atari Mania
- Trifox
- Sackboy: A Big Adventure
- Somerville
- Goat Simulator 3
- The Cycle
- Slime Rancher 2
- Animalistic
- The Unliving
Por iniciativa própria, joguei:
- Bioshock
- Finding Paradise
- Ghostbusters The Video Game
- Arid
- Friday the 13th Killer Puzzle
- Near Death
- Company of Heroes
- Help Will Come Tomorrow
- The Walking Zombie 2
- Far Cry Primal
- Remnant From the Ashes
- Black Desert Online
- Broken Age
- SpongeBob SquarePants: Battle for Bikini Bottom
- Battlefield 3
- The Flame in the Flood
O canal do Retina Desgastada atingiu sua maior audiência, o que, em termos puramente numéricos, não significa absolutamente nada. Com uma matemática rasteira, eu diria que saímos de uma média de 3 visualizações por vídeo para uma média de 10, porém cálculos reais não foram feitos. Se considerar somente o segundo semestre, eu diria que essa média chegou em 15, com alguns picos inexplicáveis. De certa forma, o canal cumpre sua missão: apresentar alguns jogos de ponta a ponta sem comentários, ilustrar jogos que serão fruto de análise e pincelar títulos bem diversos que não chegam a ganhar análise completa. Portanto, no canal, passaram com exclusividade (sem texto no blog):
- Enter the Gungeon
- Cry of Fear
- One Troll Army
- Griptape Backbone
- Project Remedium
- FOBIA: St. Dinfna Hotel (Demo)
- Syndrome
- Don't Starve
- Blacktail (Demo)
- Remoteness (Demo)
- The Wandering Village (Demo)
- Farewell North (Demo)
- The Last Oricru (Demo)
- Glitchhikers The Spaces Between (Demo)
- Off-Peak
- Super 3D Noah's Ark
- Fortnite (Construção Zero)
- Grand Theft Gato - Vice Kitten (Demo)
- Mortal Sin (Demo)
- Koa and the Five Pirates of Mara (Demo)
- Hellscreen (Demo)
- Retreat to Enen (Demo)
- Perish (Demo)
- Orchids to Dusk
- Frost (Demo)
- The World Begins With You
- Fashion Police Squad (Demo)
- Dome Keeper (Demo)
- The Alien Cube (Demo)
- Backrooms the Game (Demo)
- Vorax (Alpha)
- Unravel Two
- Sentient
- Flying Neko Delivery (Demo)
- Perfect Vermin
- They Speak From the Abyss
- I Am Jesus Christ (Prologue)
- Dead Age
- Atuel
Sem mencionar os jogos que meu filho conheceu e zerou sem minha intervenção:
Fazendo a soma, de alguma forma testei ou completei 79 títulos, superando o recorde de 2020. O número é claramente inflado pelo volume de demos e títulos que não cheguei ao fim, mas computei assim mesmo. O objetivo era reduzir a taxa, a impaciência, a dispersão e, mesmo assim, recordes foram quebrados e talvez esse seja um novo caminho? Experiência mais curtas ou inacabadas, para ter acesso a um grande volume de visões diversificadas? Talvez.
Os Melhores de 2022
"Se o ano anterior foi marcado pela hegemonia de Warframe, não posso afirmar que me afastei totalmente do jogo em 2021": foi o que eu escrevi no inicio de 2022 e repito aqui. Certamente, já está cimentada essa fase de minha carreira como jogador.
Foram muitas surpresas positivas em 2022 e essa foi a categoria mais disputada. O Melhor Jogo já estava decidido em 22 de janeiro, com a supremacia inquestionável de Kan Gao e sua capacidade de criar narrativas que falam com tanta força ao coração usando os jogos como sua partitura, sua tela, seu papel em branco. Porém, justamente por ter experimentado tantos títulos, encontrei diversas pérolas inesperadas, das quais Arid acabou se destacando: um projeto gratuito, universitário, com ambientação latino-americana, extremamente sólido do ponto de vista técnico e inexplicavelmente imersivo.
- Melhor Jogo: Finding Paradise
- Maior Surpresa: Arid
- Maior Decepção: Broken Age
- Pior Jogo: Atari Mania
- Melhor Título Cooperativo: Remnant From The Ashes
(recapitulando os anos anteriores: 2008 | 2009 | 2010 | 2011 | 2012 | 2013 | 2014 | 2015 | 2016 | 2017 | 2018 | 2019 | 2020 | 2021
Adquiri na Black Friday uma RTX 2060 na expectativa de finalmente mergulhar nos títulos de gráficos fotorrealistas, nos reflexos surpreendentes e nas luzes piscando em mundos cyberpunks. Ironicamente, estou encantado nesse momento é com Sable, que mais lembra uma graphic novel de Moebius animada. Portanto, que fique registrado que meu desejo para 2023 é explorar não apenas a fidelidade da Unreal Engine 5 ou o lado "parece cinema" dos jogos, mas manter a mente aberta para o fato de que essa janela mágica na minha frente pode abrir também para paisagens impossíveis, imaginárias, minimalistas, caleidoscópicas, pixeladas ou mesmo feias. Quero me perder nas cores chapadas de Planet of Lana, explorar o mundo quadrinesco de Dustborn, testemunhar a bizarrice de Atomic Heart (e eventualmente retornar à Zona, com Stalker 2...), ou simplesmente detonar zumbis, desta vez em Los Angeles.
E Half-Life 3? Ah, deixa pra lá.