Largar os projetos encomendados, dizer adeus às produtoras e criar os jogos que quiser, sem ninguém colocando pressões comerciais nesta ou naquela direção. Estes eram os sonhos dos holandeses Martijn Reuvers e Collin van Ginkel. Foram mais de oito anos trabalhando em ports e serviços terceirizados antes de vir o grito de independência com o primeiro Toki Tori. Finalmente, a Two Tribes estava livre das amarras do sistema.
Cinco anos depois e a empresa foi obrigada a demitir todos os funcionários da área de desenvolvimento. Profissionais que estavam lá desde o começo, gente com quatro, nove anos de casa. No final das contas, no escritório enorme, restaram apenas Reuvers e van Ginkel. Como havia sido no princípio. Para todos os fins, a Two Tribes como nós conhecemos acabou. Apenas o lado de produtora continua ativo, com seus títulos sendo comercializados e controlados pela dupla.
Para quem ousou tentar unir a Valve e a Nintendo na mesma sintonia, é um fim desalentador.
O que aconteceu? Nas palavras deles mesmos, "nós não éramos tão bons em vender jogos quanto pensávamos". A causa foi o simpático Toki Tori 2, que consumiu recursos demais e um tempo excessivo para ser criado e não deu o retorno esperado no Wii U. "Ele basicamente afundou e levou a empresa junto".
Mas o sonho não acabou. Reuvers e van Ginkel vão utilizar o dinheiro que ainda entra das vendas de seus jogos para compor um novo time, do zero, bem menor. E já há um novo projeto na mira dos criadores do pintinho amarelo mais amado/odiado da indústria. O novo jogo será um shooter side-scrolling 2D que irá reaproveitar a engine desenvolvida para Toki Tori 2. A nova política do estúdio é não tentar novamente criar tecnologias customizadas, mas utilizar o que está disponível e focar no design dos jogos.
Desejo toda a sorte do mundo para a dupla. Em retorno, espero um Toki Tori 3 no futuro...