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Channel: Retina Desgastada
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Não Gostou? Faz Melhor!

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O novo Call of Duty do ano foi anunciado, com a tradicional fanfarra e também com a tradicional crítica à fórmula cansada.

Não adianta muito malhar a franquia multiplatinada porque, entra ano e sai ano, ela continua rendendo tubos e mais tubos de dinheiro para a Activision. A empresa mandou beijinho no ombro dos invejosos e colocou mais um estúdio no tronco para produzir novos jogos da série.

Um dos argumentos mais usados por quem defende Call of Duty é o igualmente tradicional "não gostou, então faz melhor", que críticos de qualquer coisa vem ouvindo desde que Grunk não curtiu muito o desenho do mamute que Grok fez na parede da caverna.

Pois o jornal The Guardian levou o argumento na esportiva e ligou mesmo para vários desenvolvedores independentes para perguntar como eles melhorariam Call of Duty. Não passa de uma brincadeira, mas algumas ideias bem que poderiam sair do papel:

Dan Pinchbeck, da The Chinese Room, participou da criação de Dear Esther e Amnesia: A Machine for Pigs. Ele afirma que com um orçamento ilimitado transformaria Call of Duty em um jogo de "mundo aberto, não-linear, incrivelmente vazio com longos períodos de tenso nada pontuados com ação insanamente frenética, caótico e confusa onde você realmente não sabe o que diabos está acontecendo e você está basicamente gritando e entrando em pânico e detonando tudo que se move e então tudo volta a ficar completamente calmo outra vez e você volta a vagar por um grande mundo hostil que é verdadeiramente difícil de prever."

Mike Bithell não tem estúdio e desenvolveu sozinho Thomas Was Alone e outros. Sua visão para um Call of Duty estaria focada na perspectiva de um civil, pego no meio de um conflito e que precisa manejar armas para evitar os dois lados e proteger sua família. Talvez não seja um jogo impossível de se fazer: a 11 bit Studios está neste momento desenvolvendo uma premissa idêntica com o título de This War of Mine.

Andrew Smith,da Spilt-Milk Studios, também apostaria em um Call of Duty mais pé no chão e acrescentaria duas facções além das convencionais "soldados do bem" e "soldados do mal": civis e jornalistas. Estes últimos não usariam armas e teriam que monitorar o trabalho dos outros, segurando a sede de sangue dos "bonzinhos" e inflando o ego dos "malzinhos". Os civis? Seriam controlados pela AI e precisariam ser protegidos, filmados ou destruídos dependendo do lado.

Ricky Haggett, da HoneySlug, aproveitaria o centenário da Primeira Guerra Mundial para levar a franquia para as trincheiras do conflito. Mas com uma abordagem inusitada: a rotina do jogador envolveria os momentos entre batalhas. Atividades como queimar carrapatos no colchão, praticar tiro ao alvo em ratos, remover lama, jogar cartas, escrever para os familiares em casa... Na hora de sair da trincheira e dar carga na linha inimiga, o título daria um fadeout para reaparecer momentos depois na mesma rotina, mas com soldados a menos.

Ian Bogost, lenda-viva do jornalismo de jogos e desenvolvedor indie nas horas vagas, pensa em um Call of Duty: Fallen. Nesta versão, o jogador assumiria o papel de soldados feridos ou incapacitados em diferentes guerras em diferentes épocas, desde os primórdios até a era dos drones e dos bombardeios ditos cirúrgicos. "Em cada caso, após um confronto, a morte leva ele – de uma forma diferente em cada cenário. O dever definitivo do soldado não é liberar nem defender nem mesmo matar, mas morrer, e o jogo resume a guerra a este princípio único".

James Parker, da Opposable Games, acredita que a série poderia retornar à qualidade narrativa do primeiro Modern Warfare, mas admite que o forte da franquia é o multiplayer. Ele acrescentaria uma camada tática ao jogo, onde seria possível controlar um esquadrão ao invés de um único soldado. Mas, no final das contas, confessa: "eu gosto do jeito que está".

Com a próxima iteração do concorrente Battlefield assumindo uma direção diferente , estariam os títulos de guerra atingindo o ponto de saturação? Os ventos da mudança estão soprando. Ou, como sempre nos lembra Ron Perlman, a guerra nunca muda?

O que você faria com Call of Duty?

Ouvindo: Akira Yamaoka - Until The Stars Go Out

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